Daisy Lúcidi, morreu na madrugada de hoje (7) de Maio de 2020, aos 90 anos, no Rio de Janeiro. Ela estava internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital São Lucas, na Zona Sul da capital, desde 25 de Abril de 2020 e morreu por complicações decorrentes de infecção por Covid-19 doença causada pelo novo Coronavírus.
Filha de Quinto Lucidi e Clarisse Lopes, Daisy Lúcidi nasceu em 10 de Agosto de 1929 na então Capital Federal “Rio de Janeiro”. Foi casada com o Jornalista e Cronista Esportivo Luiz Mendes, que morreu em 2011 após complicações decorrentes de uma Leucemia Linfocítica Crônica. Estreou na televisão na década de 1960, na minissérie Nuvem de Fogo (1963) de Janete Clair na TV Rio. Passando cinco anos retorna a televisão protagonizando a telenovela Enquanto Houver Estrelas na extinta TV Tupi. Em 1973 esteve na telenovela João da Silva na TV Rio com um dos personagens centrais da trama. No ano seguinte estreia na Rede Globo, antagonizando a novela Supermanoela de Walther Negrão às 19h. Em 1975 foi Loretta na novela Bravo! de Janete Clair e Gilberto Braga da Rede Globo. Volta em 1976 na novela O Casarão de Lauro César Muniz na Rede Globo.
Se afastou da televisão, e nesse período, foi Vereadora e Deputada Estadual no Rio de Janeiro pelos PDS, PFL e PPR, respectivamente. E desde 1971, comandava o programa Alô, Daisy!, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, o programa foi o primeiro divulgador de prestação de serviço da rádio. Foi feito para que a população pudesse reclamar de problemas na cidade.
Daisy teve uma carreira invejável na rádio, começou aos 6 anos declamando poemas. Também apresentou programa Seu Criado, Obrigado!, ao lado de César Ladeira, durante 10 anos. E participou de radioteatros com nomes como Paulo Gracindo e Mário Lago na Rádio Nacional, a maior “Emissora da América Latina“, na época de Ouro do Rádio, nos anos 1940, 1950 e 1960, com seus programas de auditório, com nove orquestras e o radioteatro da Rádio Nacional, que paravam o Brasil de Norte a Sul, como integrante da equipe do radioteatro, com tudo ao vivo, sem poder errar. A primeira radionovela do país foi apresentada em 1941 pela Rádio Nacional – Em busca da Felicidade – e, um ano depois, inaugurou a primeira emissora de ondas curtas, o que deu aos seus programas Imersão Nacional. Com a primeira novela, que ficou mais de três anos no ar, vieram outras com grande sucesso. Daisy Lúcidi estreou em 1952 na Rádio Nacional, no elenco de radioteatro, comandado por Floriano Faissal, do qual faziam parte Brandão Filho, Iara Sales, Zezé Fonseca, Isis de Oliveira, entre tantos outros artistas de sucesso.
Os programas de auditório com César de Alencar e a rivalidade dos fã-clubes de Emilinha Borba e Marlene marcavam as tardes de sábado na emissora da Praça Mauá, Nº 7, onde as filas para assistir aos programas davam voltas no quarteirão. A rádio também contava com programas de humor como Edifício Balança mas não cai, que contava com Paulo Gracindo, Brandão Filho e Walter d”Ávila, com a participação do elenco de radioteatro. Daisy Lúcidi também participou de várias novelas da Rede Globo, entre elas Paraíso Tropical, Passione, Bravo!, O Casarão, Babilônia, Geração Brasil e do seriado Tapas e Beijos.
Em 1971, Daisy Lúcidi estreou o programa Alô Daisy, que permaneceu no ar por 45 anos, no horário das 13h às 15h. Foi o primeiro programa de rádio voltado para o público feminino, para a dona de casa, que contava com receitas, notícias de artistas, um quadro, no início do programa, chamado Cidade, Atenção, com a com a equipe de radiojornalismo que ia para as ruas e mostrava os problemas da cidade. Depois, a produção cobrava das autoridades a solução para cada reclamação apresentada pelo público.
Depois de 31 anos longe da televisão, retornou em Paraíso Tropical (2007) de Gilberto Braga como a sindica viúva do prédio onde moram vários personagens da trama, Iracema. Interpretou uma corretora de imóveis ao lado de Thiago Lacerda, no curta dirigido por Malu Mader, sobre um episódio vivido pelo próprio Thiago e exibido no Multishow, dentro da série Essa História Dava um Filme.
Volta em 2010 na novela Passione de Silvio de Abreu na Rede Globo interpretando a viúva e amigável Valentina, que parece ser boa pessoa. Mas na verdade Valentina é uma pessoa má, que oferece suas netas para qualquer homem que lhe oferte um bom dinheiro. Em 2013 fez uma participação especial no seriado Tapas & Beijos, interpretando a mãe de PC (Daniel Boaventura) que está no leito de hospital e Fátima faz uma promessa para ela em seus últimos suspiros. Depois Fátima fica em duvida se cumpre a promessa ou convive a crença da assombração de uma sogra falecida. Volta as novelas em 2014, em Geração Brasil, como Marlene, a irmã de Madá (Lady Francisco), seu pai construiu o prédio da Taquara batizado como “Madarlene” em homenagem às filhas. Lá vivem as famílias de Gláucia Beatriz (Renata Sorrah), com quem não simpatiza, e Iracema (Aracy Balabanian), sua amiga e confidente. Em 2014, é escalada para interpretar a perseguidora de um casal gay na nova novela de Gilberto Braga, papel que acabou ficando com Arlete Salles, e Daisy deu vida a sofisticada e elegante Secretária Dulce.
Prêmios e Indicações:
Ano | Premiação | Categoria | Nomeação | Resultado |
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2007 | Prêmio Master | Melhor atriz | Venceu | |
2010 | Prêmio Quem de Televisão | Melhor atriz coadjuvante | Indicada | |
2013 | Cine PE – Festival Audiovisual | Prêmio Especial do Júri | Venceu | |
2015 | Troféu Haroldo de Andrade | Homenagem Especial | Homenagem |
Teatro:
Ano | Título |
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1938 | A Gata Borralheira |
1960/1961 | Society em Baby Doll |
1962 | Três em Lua de Mel |
1971 | Um Vizinho em Nossas Vidas |
2017 | A Última Sessão |
Cinema:
Ano | Título | Papel | Notas |
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1948 | Folias Cariocas | — | |
1952 | Dentro da Vida | Marta | |
1972 | Eu Transo, Ela Transa | Dedé | |
1974 | Quatro contra o Mundo | — | Participação |
2012 | As Aventuras de Agamenon, o Repórter | Isaura (aos 50 anos) | |
2013 | Vendo ou Alugo | Kita |
Filmografia / Televisão:
Ano | Título | Papel | Notas |
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1962 | Nuvem de Fogo | Joana Castro | |
1967 | O Homem Proibido | — | |
1969 | Enquanto Houver Estrelas | Liliane (Lili) | |
1973 | João da Silva | Norma | |
1974 | Supermanoela | Maria Elvira (Elvira) | |
1975 | Bravo! | Loretta Cardoso (Lolo) | |
1976 | O Casarão | Alice Sousa Lins | |
2007 | Paraíso Tropical | Iracema Brandão | |
2008 | Essa História Dava Filme | Corretora de imóveis | |
2010 | Passione | Valentina Miranda | |
2013 | Tapas & Beijos | Amélia (participação) | |
2014 | Geração Brasil | Marlene [12] | |
2015 | Babilônia | Dulce Melo Porto | |
Os Homens São de Marte… | Erenice | Episódio: “A Coisa Mais Moderna Que Existe Na Vida É Envelhecer” |
Fonte: Agência Brasil – EBC / Wikipédia